Com “estilo europeu”, Lucas Collins leva inspiração no nome e família como base
A carreira de um jogador de 17 anos pode parecer apenas no início, mas para alguns jovens, o caminho até então já foi longo e vitorioso. Esse é o caso de Lucas Collins, zagueiro nascido em 2005. A promessa do CRB acumula títulos e um estilo de jogo que pode render muito sucesso no futuro.
Cria do Salvador Lyra, em Maceió, ele saiu da capital alagoana para fazer seu nome e voltou cheio de conquistas. Tudo começou aos sete anos de idade, quando o jovem defendeu a escolinha do Corinthians na cidade. Desde os tempos de Colégio Atheneu, o garoto já chamava a atenção, como relata Jean Alex, professor de futsal na infância. em conversa exclusiva com o DaBase.com.br.
“O Lucas era uma criança que tinha muita habilidade, conduzia muito bem a bola, era preciso nos passes e chutes, sempre se destacando dos demais meninos da idade dele”, disse.
Com apenas doze anos de idade, ele trocou Alagoas por Pernambuco, onde passou quatro anos da sua carreira acumulando taças e experiências. Foram duas temporadas no Sport e outras duas no Retrô, nos quais vieram os títulos da Copa Pernambuco, pelo Rubro-Negro, do Pernambucano Sub-15 e da Aldeia Internacional Cup, ambos pela Fênix, além de um vice-campeonato de cada torneio.
No Recife, ele também descobriu novas possibilidades para demonstrar seu talento. Auxiliar do Retrô na categoria sub-15 à época, João Lima conversou com o DaBase.com.br e contou como o volante Lucas virou o zagueiro Lucas.
“Quando cheguei ao clube, o Lucas jogava de primeiro volante, o que nós chamamos de homem de contenção da defesa, um pouco a frente dos zagueiros. Aos poucos, mesmo ele não estando entre os titulares nessa época, comecei a observar suas características com mais atenção quando ainda jogava no meio de campo. Sua altura e posicionamento foram pontos chave para orientá-lo que estava na posição errada” – João Lima.
“Suas características, como homem de marcação, impulsão e velocidade me fizeram tentar trocá-lo de posição. E logo que conversamos, ele topou a orientação e falei que iríamos começar vários treinamentos específicos dentro da posição de zagueiro, onde hoje tenho muito orgulho de o vê-lo jogar”, completou o profissional.
Jean Alex também destacou as qualidades do garoto. “As principais características do Lucas dentro de campo são a visão de jogo que ele tem, a calma para sair jogando, sabe ser firme na jogada quando tem que ser, tem uma estatura muito boa para um zagueiro, continua habilidoso como sempre foi e é muito focado no que faz. Fora de campo é um excelente garoto, muito família e parceiro”, disse.
Percalços e ascensão
Mas sua caminhada rumo ao sucesso também teve obstáculos. Após um dos melhores momentos de sua carreira, Lucas trocou o Retrô pelo Vitória, onde passou pouco tempo. De Salvador, ele partiu rumo a outra região e voltou a viver momentos especiais, desta vez pelo Castanhal.
No Pará, o jovem foi convocado para disputar a Copa São Paulo de 2022 com apenas 16 anos, chegando à segunda fase. Com experiência em outros torneios da categoria sub-20 e bagagem cheia, o próximo destino só poderia ser sua casa, Maceió, onde reforçou o CRB para levar mais um título: o Alagoano Sub-17.
Em papo exclusivo com o DaBase.com.br, Collins mirou um 2023 ainda melhor com a camisa do Galo Praiano. “Tenho as melhores expectativas possíveis para este ano, quero continuar em constante evolução, conquistar títulos e assinar meu primeiro contrato profissional”, pontuou.
Apesar de alagoano de nascimento, Lucas John Collins tem um pouco do sangue e do nome canadense, vindo do seu avô, grande incentivador da sua carreira. Dentro de campo, seus sonhos e sua inspiração estão ligadas diretamente à trajetória: Thiago Silva, Europa e família.
“Minha inspiração no futebol é o Thiago Silva, admiro muito o atleta que ele é, sua disciplina e seu caráter, acompanho os jogos dele desde pequeno. Meu sonho é dar condições melhores para a minha família, me tornar profissional no esporte que eu amo, ter uma vida estabilizada, jogar na Europa e, se Deus quiser, uma oportunidade na Seleção Brasileira” – Lucas Collins.
Família, inclusive, é uma das bases para o sucesso do garoto. Jean Alex relembra o apoio que os pais deram a Lucas na infância e projetou um futuro brilhante.
“Vejo um futuro brilhante e de muito sucesso do Lucas, pois ele tem muito potencial, é um garoto centrado, que quer muito se tornar um profissional de sucesso e vai ser, eu acredito nisso. Tenho orgulho de ver a evolução dele como atleta e como homem. E agradeço aos pais do Lucas por acreditarem no que eu, como professor do Lucas, via naquele garoto um futuro promissor mesmo quando tinha apenas 6, 7 anos de idade”, celebrou.
Por fim, João Lima reiterou o discurso e apontou Lucas como um jogador de estilo europeu.
“Sempre disse e digo aos amigos da bola, empresários e diretores de alguns clubes quando vejo algum vídeo dele atuando, que o Lucas tem estilo de jogador europeu. Acredito muito que um dia terei o prazer e mais orgulho ainda de vê-lo em um grande clube da Europa. Mas claro, sendo negociado também por um grande clube brasileiro”, finalizou.