Técnico desde os 16 anos, Edson Fabiano define metas para o time sub-20 do Olímpia

Os 26 anos de experiência como técnico contrastam com a juventude de Edson Fabiano. Multicampeão pelo Bahia, o técnico de 41 anos do sub-20 do EC Olímpia quer utilizar a trajetória vitoriosa e comandar o clube rumo à Copa São Paulo de de 2021.

Edson Fabiano comanda projeto ambicioso na base do Olímpia. Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista exclusiva ao DaBase.com.br, Edson comentou alguns dos objetivos da Águia para a temporada 2020. Ele disse que aguarda as definições da Federação Baiana de Futebol (FBF) para dar sequência ao planejamento da temporada.

“Nossa expectativa é muito grande. Estamos a três meses parados, estávamos trabalhando bem com o sub-20. Agora aguardamos a federação decidir se haverá o Baiano sub-20 neste ano. Acreditamos que o sub-15 e o sub-17 não serão realizados. A expectativa é o sub-20. nosso principal objetivo é a classificação para a  Copa São Paulo. Já fizemos reuniões, traçamos metas, consultamos as condições dos atletas e definimos os protocolos de segurança junto ao Departamento Médico”, disse.

No clube desde 2017, o treinador foi contratado para desenvolver as categorias de base da equipe recém-fundada. Administrado por Anderson Talisca, o Olímpia é visto por Fabiano como um grande potencial para o futuro.

“O trabalho é de time grande, há muita organização, uma administração totalmente comprometida, o Anderson dá liberdade aos diretores. Venho trabalhando com satisfação e muito amor. Vejo o clube com potencial a nível de revelação e no profissional. Ano passado fizemos uma campanha incrível na Série B do Baiano, o acesso escapou no último jogo. É um clube organizado para ter sucesso a nível nacional no futuro”

A chegada de Edson Fabiano ao clube não foi por acaso. O treinador começou a carreira aos 16 anos, quando fundou a escolinha Sistema Solar, no bairro de Pernambues, em Salvador. Aos 20 anos, ele foi contratado para trabalhar na base do Vitória, onde passou por todas as categorias entre o sub-10 e o sub-14. Depois de sete anos, ele passou uma temporada no Bahia e outra no AABB até voltar ao Tricolor, em 2009, onde teve seu auge na carreira.

“São 26 anos como técnico, tive bons momentos no Vitória, sou muito grato, mas o auge foi no Bahia, Foram quatro títulos estaduais, títulos nacionais sub-15, regionais, disputamos uma Copa São Paulo com um time sub-17 e chegamos ao quinto lugar. Quando cheguei ao clube. em 2009, eram mais de 20 anos só com três títulos. Quando eu saí de lá, tínhamos vencido mais de seis em nove anos. Além disso, revelamos muito mais jogadores, um dos principais foi o Talisca, que aprovei na base”, ressaltou.

Edson Fabiano acumulou títulos na base do Bahia. Foto: Arquivo Pessoal

Foi justamente o seu atual patrão e antigo jogador que Edson usou como exemplo para analisar os aspectos fundamentais na formação de atletas. Para ele, um técnico deve estar totalmente ligado à base, no intuito de revelar atletas. Para isso, é  fundamental a capacidade de detectar talentos.

“Acho que a captação é fundamental. O primeiro passo é ter bons olheiros. Essa visão de identificar um talento também passa pelo treinador. Exemplo é o Talisca, que nos primeiros treinos não se destacou, não tinha uma condição física adequada. Mas todos que avaliaram ele perceberam um potencial técnico grande, na batida na bola, visão de jogo. Por isso ficamos com o Talisca e ele se tornou uma das grandes vendas do Bahia. Esse felling de reconhecer o potencial é fundamental, principalmente para um treinador”

“Além disso, o profissional tem que gostar do trabalho de base. Muitos técnicos entram pensando em subir de categoria, crescer, ter uma condição financeira boa.Usam a base como trampolim, isso atrapalha muito.O profissional de base tem que amar o objetivo de revelar. Isso é fundamental na minha carreira. pois amo o que faço, formar atletas e cidadãos. Temos que estar totalmente inteiros nessa ideia”, completou o treinador.

Edson Fabiano também utiliza outro exemplo de um jogador que passou por suas mãos para ressaltar a importância da formação de cidadãos. O atual campeão baiano sub-17 como treinador do Jacuipense, Jeanderson Santana, de apenas 25 anos, foi comandado por ele no Bahia. Após não vingar como profissional, Santana se formou em Educação Física e hoje é auxiliar no Tricolor.

“A formação de cidadãos está totalmente inclusa na base, não tem como separar. Trabalhamos com crianças, adolescentes, muitos estão longe da família, moram no clube. Nós como técnicos somos a referência para eles, tudo que falamos e fazemos fica como exemplo. Todo treinador de base é um educador, um professor. Fico muito feliz em saber que não só o Jeanderson, mas cerca de 90% dos meninos que treinei seguiram suas vidas e  hoje são homens, pais de família, e aprenderam muito  com nosso trabalho, principalmente os valores”, comentou.

Apesar do sucesso na base, Edson não pensa em subir ao profissional. Especialista em formar atletas, ele afirma que está focado no Olímpia e que se inspira em nomes como Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo, por terem carreiras vitoriosas e jogarem um futebol ofensivo.

“Trabalho com os pés no chão. Todos sonham com o profissional, mas desde que comecei minha carreira, busquei dar um passo de cada vez, tanto que passei por todas as categorias. Meu foco é no sub-20 do Olímpia, revelar o máximo de atletas possíveis. A acensão na carreira, que muitos acham que é chegar ao profissional, eu deixo para o destino. Meu objetivo é dar meu melhor nesse projeto”, concluiu.

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