#TBT: Meia fala de título do Botafogo no Brasileirão sub-20 de 2016
Quinta-feira é dia de relembrar grandes momentos no #TBTDaBase. Há quatro anos, o Botafogo conquistava um título inédito e que projetaria muitos nomes para o elenco principal. A conquista do Brasileirão sub-20 de 2016 teve trabalho coletivo, superação e uma mãozinha do rival.
Na segunda edição do torneio com realização da CBF, qualidade técnica não faltava. Grandes nomes do atual futebol brasileiro, como o atacante Pedro, o volante Arthur e o zagueiro Éder Militão disputaram a competição. Mas o que prevaleceu foi a força coletiva do Alvinegro Carioca, comandado por Eduardo Barroca e com vários atletas que hoje estão no profissional do clube.
Faziam parte daquele geração os laterais-direito Marcinho e Fernando, o zagueiro Marcelo Benevenuto, o volante Gustavo Bochecha e o atacante Igor Cássio, que seguem no Botafogo, além do volante Matheus Fernandes, que passou pelo Palmeiras e foi vendido ao Barcelona. Desse grupo, o meia Mateus Jorge só tem boas recordações.
“O grupo tinha união, liderança, comprometimento, parceria e o mais importante: não tinha rivalidade nenhuma entre os atletas”. Ele também lembra dos momentos de diversão, que ficavam por conta das disputas no videogame.
“Nos hotéis sempre rolava um campeonato de Fifa e eu sempre dava trabalho nos moleques (risos). Jordan era a fera da nossa resenha, mas o mais fraquinho, que gostava de tomar porrada, era o Amilcar”, conta.
Com uma equipe coletiva, sem grande destaque individual. o Botafogo foi campeão carioca naquele ano e conseguiu revelar bons frutos dentro e fora de campo. Eduardo Barroca, que ainda passaria pela base do Corinthians, assumiu o time principal do Glorioso em 2019, deixando boas impressões pelo seu etilo de jogo ofensivo. Hoje no Coritiba, ele é alvo de elogios de Mateus.
“Excelente profissional, um dos melhores treinadores que já pude trabalhar. Aprendi demais e evolui muito com ele. Orientava tudo, nosso time era muito tático, gostava de ficar com a bola nos pés e se impor no jogo”, declarou.
Hoje no Rio Branco-ES, Mateus Jorge disputou aquele Brasileirão com apenas 18 anos, sendo um reserva muito utilizado. Depois de bons momentos no sub-20, ele não atuou pela equipe profissional. Fez treinos com o grupo, mas deixou o clube entre 2018 e 2019. Para ele, não era o momento. Mas Mateus não se lamenta, pois em seu primeiro jogo como profissional, pelo Nacional de Muriaé-MG, marcou também seu primeiro gol.
A CAMPANHA
O Brasileirão sub-20 de 2016 contou com 20 clubes divididos em quatro grupos com cinco equipes cada. O Botafogo passou pela primeira fase com segurança. Logo na estreia, um dos jogos mais lembrados por Mateus. Diante do Vitória, ele saiu do banco e marcou o gol da vitória, de virada, por 2 a 1. A equipe ainda empatou com o Figueirense por 0 a 0, goleou o Corinthians também de virada, por 4 a 1, e bateu o Athletico-PR fora de casa, por 2 a 1, ficando na liderança do Grupo A.
Já a segunda fase foi totalmente oposta. Em um grupo com quatro equipes, o Fogão precisou torcer contra o rival Fluminense e só garantiu a vaga nas semifinais na última rodada. Em sistema de turno e returno, o time começou com derrota para o Corinthians por 1 a 0, mas se recuperou na rodada seguinte, e bateu o o Grêmio por 2 a 1 em casa.
Os dois duelos seguintes complicaram os comandados de Barroca. Diante do rival Fluminense, a equipe levou um gol de Pedro no fim do jogo e perdeu por 1 a 0. No returno, empate por 1 a 1, que deixou o Botafogo com quatro pontos, três a menos que o Tricolor, segundo colocado e que dependia apenas de uma vitória para avançar.
Mas a combinação de resultados favoreceu o lado alvinegro. Na quinta rodada, o Botafogo bateu o Grêmio fora de casa, por 1 a 0, gol do artilheiro Renan Gorne, enquanto o Fluminense empatou por 0 a 0 com o Corinthians. Na rodada final, o Tricolor voltou a decepcionar, ficando no 1 a 1 com o já eliminado Grêmio em casa. Com isso, o Botafogo buscou a classificação aos 32 minutos da etapa final, com gol de Gustavo Bochecha, vencendo o líder Corinthians por 2 a 1.
Nas semifinais, a equipe carioca enfrentou o Coritiba. No duelo inicial, fora de casa, Renan abriu o placar no início, mas o Coxa buscou a virada. Coube novamente à Gustavo decidir e empatar o jogo em 2 a 2. No Rio de Janeiro, o Glorioso contou com um gol de Marcelo Benevenuto em um novo empate, agora por 1 a 1, garantindo presença na decisão pelo número de gols marcados fora de casa. Pela frente, um velho adversário.
Botafogo e Corinthians se encontraram pela quarta e quinta vez, respectivamente, nos dois jogos da final. Na ida, disputada no Estádio Luso Brasileiro, Léo Jabá abriu o placar para os paulistas aos 39 minutos do primeiro tempo, mas Yuri empatou aos 18 da etapa final e deixou a decisão em aberto.
Em Itaquera, o Timãozinho começou pressionando, mas parando em Diego. Depois de equilibrar as ações, os cariocas abriram o placar aos 45 minutos, na única chance criada. Bochecha fez boa jogada, contou com o corta-luz de Matheus Fernandes e achou Yuri, que mesmo sem ângulo balançou as redes.
Na etapa final, o Corinthians não conseguiu assustar o Botafogo, que se impôs fora de casa e fez o segundo aos 27, em toque de primeira do zagueiro Kanu. Com 2 a 0 no placar, o pênalti desperdiçado por Bochecha nos acréscimos não fez diferença. O Glorioso conquistou ali um título que projetou vários nomes para seu elenco principal.