#TBT: Carlos Amadeu relembra desafios do título do Vitória na Copa do Brasil sub-20 de 2012

Quinta-feira é dia de relembrar grandes momentos do passado no #TBTDaBase. Há oito anos, era realizada a primeira edição da Copa do Brasil sub-20. E o título ficou no lado rubro negro de Salvador, conquistado pelo Vitória de Carlos Amadeu.

Vitória conquistou primeira edição do torneio. Foto: Rafael Ribeiro/ CBF

O técnico, que faria sucesso na seleção brasileira sub-17 cinco anos depois, desenvolveu um trabalho a logo prazo na base do clube baiano. Chegou ao Vitória em 2009 após longa passagem pelo rival Bahia. Mas isso não foi um problema. O treinador ajudou a revelar nomes importantes para o clube e a garantiu um título inédito no futebol brasileiro.

“O trabalho começou em 2009 e o resultado veio depois de três anos. Tivemos vários resultados expressivos no período em que estive no clube, ganhamos quatro de cinco baianos, chegamos em outra final da Copa do Brasil (2014), na final de Taça BH (2013) e entre os três melhores da Copa RS (2010), além de títulos na Europa”, relatou Amadeu, em entrevista exclusiva ao DaBase.com.br.

O trabalho de formação da equipe teve um diagnóstico fundamental, como  conta o treinador. “Percebemos que a geração mais velha não daria respostas, então antecipamos o trabalho com os meninos do sub- 17. Sempre privilegiei o talento, nunca olhei a idade, o porte físico”, disse.

Com a subida de alguns atletas para o time profissional e a liberação de outros, Amadeu teve um grande desafio. Precisou promover jovens da equipe sub-17 e contou apenas cm treze jogadores para as partidas inciais da competição. Com um grupo reduzido, ele priorizou o jogo coletivo, no qual não haviam individualidades como destaque.

Fizeram parte dessa força coletiva nomes como Mansur, José Welison, Willie e Matheus Salustiano, que tiveram passagens importantes pelo time principal e hoje jogam em clubes relevantes do futebol brasileiro. Além deles, um nome em especial foi citado pelo treinador.

Arthur Maia era um dos principais jogadores daquele elenco. O meia estava no fatídico voo da Chapecoense e faleceu no fim de 2016.  “O Arthur já estava nos profissionais. Sempre que desceu para o sub-20, foi bem. Me perguntavam o que eu fazia com ele, dizia que era o entrosamento. Mas ele era um menino muito especial, pelo caráter, determinação e liderança positiva”, falou.

Vitória e Atlético-MG fizeram a final da Copa do Brasil sub-20 de 2012. Foto: Rafael Ribeiro/ CBF

A CAMPANHA

A primeira edição da Copa do Brasil sub-20 contava com a participação de 32 clubes em um regulamento muito próximo do adotado atualmente. Na primeira fase, o Vitória já encarou um desafio com doses de emoção.

A equipe foi a Minas Gerais enfrentar o América e saiu derrotada por 1 a 0. Na partida de volta, após Marcone abrir o placar na etapa inicial, o Leão levou  empate no começo do segundo tempo. Precisando de dois gols para avançar, a equipe buscou o triunfo por 4 a 1 com gols de Marcone, Agdon e Alan Pinheiro e garantiu presença nas oiravas de final.

Na fase seguinte, o ataque baiano manteve o ritmo. Goleou o Palmeiras por 4 a 0 no duelo de ida, em casa, com gols de Mineiro, Gabriel, Raphael Fontes e Alan Pinheiro. Com o vantagem, a derrota por 2 a 1 em São Paulo não fez diferença na classificação do time.

Nas quartas, o Rubro Negro voltou a decidir o confronto no jogo de ida. A equipe fez 2 a 0 no Cruzeiro em casa, gols de Gabriel Soares e Alex (contra) e foi com boa vantagem para Minas. No duelo de volta, o artilheiro Marcone, que fez cinco gols na competição, anotou dois. Arthur Maia fez o terceiro. A Raposa até descontou, mas o  clube baiano garantiu nova vitória, por 3 a 2.

A semifinal guardou outro grande momento naquela campanha. Mais uma vez jogando a primeira partida em casa, o Leão venceu o Grêmio por 1 a 0. Na volta, o Tricolor abriu o marcador logo com dois minutos de jogo. O placar levava a decisão para os pênaltis até os 43 do segundo tempo, quando os gaúchos fizeram o segundo. Mas nos acréscimos, após uma cobrança de lateral para a área, Agdon descontou e, no gol marcado fora de casa, garantiu a equipe na final do torneio.

A decisão mostrou, novamente, a força do ataque rubro negro. Diante de 20 mil pessoas no Barradão, o Vitória se impôs e abriu larga vantagem. Com gols de Josué, Matheus Salustiano, e Alan Pinheiro (2x), os baianos fizeram 4 a 0 e ainda perderam um pênalti com Artur Maia. O Galinho descontou no fim e levou esperanças para a partida de volta.

A folga no placar, no entanto, não foi garantia de tranquilidade na Arena do Jacaré, palco da grande final. O Atlético, que perdeu Lucas Cândido expulso no primeiro tempo, foi para cima na etapa final e conseguiu abrir 2 a 0 com dois gols de Carlos.

Precisando de apenas um gol para ser campeão, a equipe deu espaços, aproveitados pelo Rubro Negro. José Welison, que havia saído do banco, marcou em contra-ataque aos 45 minutos e deu tranquilidade à equipe. Mesmo com a derrota, o Vitória conquistou a inédita Copa do Brasil sub-20, que marcou um trabalho a longo prazo e o forte jogo coletivo.

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