Presidente do São Paulo-AP destaca presença da família na base do clube

O futebol de base é um desafio em muitas regiões do país, que enfrentam dificuldades econômicas e de apoio. Com isso, cada clube precisa encontrar soluções para manter suas equipes e revelar atletas para o profissional. No São Paulo-AP, a saída para driblar os problemas é a família.

São Paulo lidera Ranking DaBase no Amapá. Foto: Divulgação/ São Paulo-AP

Presidente do líder do Ranking DaBase no Amapá e oitavo melhor na Região Norte, Adenos Padeirinho falou com exclusividade ao DaBase.com,br. Ele destacou que a união da família faz do Tricolor da Zona Norte uma força na base amapaense.

“A dificuldade é grande. A nossa estrutura é a família, ela é a base de tudo. Nos reunimos com os pais, eles são nossos maiores patrocinadores. É a realidade do futebol brasileiro,mas não desistimos. Buscamos formas de oferecer o melhor para os atletas, dentro do nosso limite”, disse.

O dirigente explicou que o clube trabalha com um diretor de base, que fica responsável pela montagem da comissão técnica e do elenco, sempre supervisionado por ele. “Garimpamos talentos em torneios estaduais e municipais, conversamos com os familiares de quem se destaca, mostramos que o menino tem potencial. Com o apoio da família, montamos as equipes para as competições da federação e torneios aqui em Macapá”, comentou.

Sem diretor e comissão devido à pausa das atividades provocada pela pandemia do novo coronavírus, Padeirinho espera o retorno do futebol para buscar um novo profissional que comande a captação do clube. Esse processo é uma das chaves do sucesso do São Paulo, que atua na capital e no interior, de acordo com Adenos.

” Olhamos pelo interior do estado e aqui em Macapá. Não temos estrutura para trazer atleta de fora, então a maioria é do Amapá. Observamos os torneios de várzea e às vezes nos colocamos em  campeonatos. Vamos olhando aqueles que se destacam.  conversando com a família. Também organizamos algumas competições de bairro para observar e captar atletas”

Os resultados do trabalho são colhidos em campo. O São Paulo é o atual campeão amapaense sub-15, além de ter vencido todos os torneios dessa geração nos últimos quatro anos (bicampeão sub-13 em 2016 e 2017 e campeão sub-14 em 2018). O vice-campeonato sub-20 em 2017 levou o clube à Copa São Paulo do ano seguinte, onde o Tricolor fez bonito. Com duas vitórias na primeira fase, a equipe avançou à segunda fase e e foi eliminada apenas nos pênaltis pela Portuguesa-SP.

São Paulo bateu Nacional-SP e ABC-RN na Copinha de 2018. Foto: Divulgação/ São Paulo-AP

Os talentos, desenvolvidos desde a categoria sub-13, são extremamente aproveitados no elenco profissional. Segundo Padeirinho, 80% do time principal é formado por atletas da base, sendo vários deles presentes na Copa São Paulo daquele ano. No entanto, as dificuldades econômicas e a falta de calendário impede a efetivação de contratos com os jogadores, como o presidente explica.

“Não conseguimos vender atletas, pois não temos patrocinador para fazer contratos a longo prazo. É um meio do clube arrecadar dinheiro, mas como os torneios têm duração apenas de três meses, fazemos contratos apenas para esse período. Como amador, realizamos acordos mais longos, mas qualquer clube que chegar aqui consegue levar o atleta de graça”

“Depois da Copinha, três jovens ficaram no Santo André, um foi para o Amazonas. Mas a maioria do elenco da Copa SP está aqui com a gente no profissional. Acompanhamos eles desde o sub-13, damos força quando alguém pensa em desistir. E depois dos torneios profissionais, quem se destaca é levado por empresários para outros estados”, completou o dirigente.

Adenos concluiu dizendo que os maiores problemas do futebol de base amapaense e brasileiro são a falta de patrocínio e a desvalorização das competições.

“Montamos as equipes por etapa, de acordo com o calendário da federação. Mas quando não há competições, vamos atrás de campeonatos municipais e olhamos os torneios de fora, para s meninos não ficarem parados. Acho que é preciso valorizar mais as competições de base, pois elas são pouco divulgadas. Os meninos se espelham só no profissional. Mas se valorizarmos mais, eles se espelharão na base”, finalizou.

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