Presidente do Porto Vitória-ES destaca importância de formação social dos atletas

Há quase seis anos, nascia um clube em Vitória, no Espírito Santo, que em pouco tempo dominaria o futebol de base no estado. O Porto Vitória, líder isolado do Ranking DaBase entre os capixabas, se destaca pela formação de atletas e estrutura diferenciada na região.

Vinícius Coelho comanda o Porto Vitória, destaque o Espírito Santo. Foto: Arquivo Pessoal

Fundado em outubro de 2014, o clube rapidamente tomou conta das competições de base estaduais. Desde então, a equipe conquistou o pentacampeonato do Capixaba sub-17, quatro títulos da Copa ES sub-17 (2014, 2015, 2017 e 2019) e duas taças do Capixaba sub-15 (2016 e 2018). Todas esses títulos, no entanto, não são o foco da instituição. É o que explica o Presidente do Porto Vitória, Vinícius Coelho. Para ele, o fundamental é revelar atletas, valorizando a formação social.

“O primeiro retorno é social, já que, no futebol, o financeiro acontece a longo prazo. Na média, apenas 3% dos atletas se tornam profissionais, sendo otimista. Os outros 97% se tornam retorno social. Damos esse peso à ação social dentro do Porto Vitória, na qual proporcionamos aos atletas treinos qualificados, alimentação com cinco refeições por dia para quem está alojado e acompanhamos todo o processo escolar, proporcionando formação humana”, comenta o dirigente.

Criado com intenção de servir os principais clubes brasileiros, o Porto também espera para colher os frutos do trabalho no futuro. “Não deixamos de ver o lado esportivo e profissional, para que lá na frente os jogadores nos ofereçam retorno financeiro. E esses valores serão reinvestidos, já que sempre aumentamos nosso investimento, aliando retorno financeiro e social”, completa.

Para que ambos os retornos sejam possíveis, o Porto Vitória conta com uma grande estrutura física e profissional. São, em média, 25 atletas em cada categoria (sub-11, sub-13, sub-15 e sub-17). Além de três campos de treinamento, piscina, vestiários, ginásio poliesportivo e alojamento para quinze atletas, o clube trabalha somente com treinadores licenciados pela CBF e já recebeu diversas consultorias, que formaram a metodologia de trabalho,

“Contamos com a consultoria dos professores da CBF Academy, Próspero Paoli, que implementou nossa metodologia de jogo durante três meses, além do Rodrigo Leitão, que veio na sequência com uma ‘reciclagem’, para agregar conhecimento. Temos também todo um controle sobre cada atleta, com trabalho físico e de scout, visando aprimorar cada jovem”, detalha Coelho.

Vinícius faz questão de ressaltar que o foco do clube é o aprimoramento de cada atleta, para que o clube possa servir as demais equipes do futebol brasileiro. Com algumas parcerias, o Porto Vitória tem hoje diversos jogadores espalhados pelo país. Nomes como Guilherme, atacante do sub-20 do Atlético-MG, Denivys, goleiro do sub-20 do Cruzeiro, e Nata de Souza, zagueiro do sub-20 do Flamengo, são exemplos de promessas formadas no clube.

Em poucos anos, o Porto se tornou referência no estado. Vinícius relata que os atletas do Espírito Santo querem jogar no clube. “Hoje, mais clubes investem a base, já que a concorrência puxa o outro. Mas como nosso trabalho é de inserir atletas em outros clubes, os jovens nos procuram. Isso enfraquece qualquer tipo de ação dos outros times. Os atletas que tem projeção aqui no estado, com todo o respeito, querem jogar no Porto Vitória”.

Com tamanho domínio estadual, Vinícius Coelho explica que a maior dificuldade do clube atualmente é ter um maior número de jogos em alto nível, como em torneios nacionais que o Porto Vitoria já vem participando. Para ele, o futebol brasileiro de base tem evoluído bastante, principalmente quanto ao material humano na gestão. “Hoje temos campeonatos nacionais sub-17 e sub-20, a Copa do Brasil conta com times de todos os estados, tudo financiado pela CBF. São avanços muito importantes, que precisam ter continuidade”.

Por fim, Vinícius demonstra preocupação com o futuro do futebol brasileiro de base em meio à pandemia do novo coronavírus. Ele acredita que o futebol possa voltar em junho, mas que a base é um problema. “Olhando pelo lado negativo, podemos até ficar sem competições neste ano. O prejuízo seria enorme. Mas desejo que tudo possa voltar em breve, sempre preservando a vida, que é o mais importante”.

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