Grêmio muda processos de formação e transição e quer otimizar tempo com novo CT

O Grêmio viveu semanas agitadas no trabalho das categorias de base. O clube inaugurou as novas instalações do CT Hélio Dourado e anunciou mudanças nos processos de formação e transição dos atletas. O objetivo, segundo os dirigentes, é otimizar o tempo dos guris e utilizá-los cada vez mais jovens.

CT Hélio Dourado ganhou novas estruturas em Eldorado do Sul. Foto: Lucas Uebel/ Grêmio

Já considerado referência, o CT Hélio Dourado ganhou novas estruturas. As obras, que começaram em 2019 e custaram R$ 10,6 milhões, incluíram construção de prédios, reforma da área administrativa, pavimentação, terraplanagem, estrutura elétrica e hidráulica, iluminação no gramado principal e mobiliário (com equipamentos incluídos).

O prédio da saúde, com 584 m², engloba academia, fisioterapia, fisiologia, área do departamento médico, quatro vestiários para os atletas e um vestiário para comissão técnica. Ao lado, foi erguida a residência esportiva com dois andares de 710 m². No prédio, estão dez dormitórios em cada pavimento — com capacidade para abrigar até 120 jogadores, sala de acolhimento, duas salas de convivência, rouparia, lavanderia, sala de monitoria, sala de estudos, auditório e refeitório e cozinha industrial. (que chegam a 761 m²).

Cada apartamento tem aproximadamente 40 m², com banheiro individual e sacada. O alojamento no CFT substitui prédio arrendado pelo clube nas proximidades do local, em Eldorado do Sul.

Na visão do Gerente Administrativo Paulo Farenzena, as novas instalações proporcionarão mais conforto aos atletas, otimizando o tempo e facilitando o trabalho dos profissionais.

“Em termos estruturais, sem dúvidas, ganhamos em alguns aspectos importantes. Além das instalações serem melhores e proporcionarem um maior conforto aos atletas, os espaços foram desenvolvidos mediante um estudo que fez com que cada local tenha sido desenvolvido com o foco a se obter a melhor utilização possível por parte dos profissionais, o que sem dúvida vai resultar em ganhos no processo de formação”, disse, em entrevista exclusiva ao DaBase.com.br.

“Para os atletas, a maior contribuição é o conforto proporcionado pela proximidade de todas as estruturas, o que otimiza o tempo deles e proporciona um maior período de recuperação ou descanso entre uma atividade e outra”.

A melhora no CT Hélio Dourado também trará mudanças no processo de formação dos atletas. Como já havia comentado o presidente Romildo Bolzan Jr., o foco será a formação dos indivíduos, que, segundo Paulo Farenzena, passará por cinco fases.

“Na prática o aprimoramento do ‘indivíduo’ na base virá com uma nova formatação que as categorias de base do Grêmio irão adotar a partir deste ano. Nosso processo de formação contará com cinco fases bem definidas que formarão a linha do tempo do atleta dentro do clube a partir dos 14 anos. A Fase de captação do talento, a fase de inserção ao método de trabalho, a fase de desenvolvimento, de preparação e a fase da promoção ao futebol profissional. Em cada uma dessas fases, teremos pilares inegociáveis que darão o suporte para a formação cognitiva e social do atleta”, explicou.

Mudanças também na transição

Outra alteração promovida nas últimas semanas foi a redução de idade no time de transição, estágio final de formação dos atletas da base. Anteriormente, o grupo contava com atletas de até 23 anos. Agora, o limite será de 21 anos.

Time de transição vem servindo ao elenco principal no Gauchão. Foto: Rodrigo Fatturi/ Grêmio

De acordo com o diretor de futebol do Grupo de Transição, Kevin Krieger, a ideia é aproveitar os atletas cada vez mais novos no elenco principal e reduzir também a média de idade do time de transição.

“Na verdade, isso é um trabalho coletivo do futebol do clube, que entende que os jogadores têm que chegar mais cedo a equipe profissional. Para isso, tanto as categorias de base quanto o grupo de transição, estão se adaptando nesse modelo colocado em prática, proporcionando a inserção de atletas mais novos em relação ao limite de idade nas categorias.

“É importante salientar que as avaliações individuais dos jogadores são determinantes para que eles possam ser considerados prontos para serem promovidos, de acordo com o momento da formação em que eles se encontram, independentemente da idade. Assim, a passagem da transição para Sub-21 serve para que se potencialize essa chegada mais cedo dos atletas ao elenco profissional. Atualmente o nosso elenco da transição tem uma média de idade de 20 anos com tendência de diminuir”.

Hoje, o grupo de transição disputa o Brasileirão de Aspirantes, competição nacional sub-23, e participar de torneios regionais e internacionais – que não foram realizados em 2020 devido à pandemia -, além de servir ao time profissional em momentos como o atual, no início do Gauchão.

Desse elenco, saíram vários nomes que vêm se destacando na equipe profissional, como o goleiro Brenno, o lateral Vanderson, os zagueiros Rodrigues e Ruan, os volantes Darlan e Lucas Araújo e os atacantes Ferreira, Guilherme Azevedo e Léo Chu.

Por outro lado, nomes consagrados formados na base tricolor fizeram todo o processo e renderam também aos cofres do clube, como o volante Arthur e os atacantes Luan e Everton. Com o mercado internacional buscando atletas cada vez mais jovens, a redução da idade pode contribuir para as vendas, o que, na opinião de Kevin Krieger, é parte do processo.

“Faz parte de todo o processo. O principal que buscamos. quando lançamos algum atleta, é ter o retorno desportivo, com ele proporcionando conquistas dentro de campo para o clube. Ter o ganho técnico inicialmente. Depois disso, ao natural, vem o ganho financeiro com a eventual negociação deles. Então, quanto mais cedo pudermos aproveitar os atletas, tendo esse desenvolvimento desde a base e passando pela transição, até chegar ao profissional e ter o seu destaque, vamos completar esse ciclo com eficiência para ter vendas ainda mais cedo do que já tivemos ao longo dos anos”, concluiu.

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