ESPECIAL BRASILEIRÃO SUB-17: Inter enfrenta irregularidade e transição de gerações

A sétima matéria da série especial do DaBase.com.br sobre o Brasileirão Sub-17 traz um clube que tenta melhorar seus resultados recentes em meio à renovação do elenco. O Internacional quer, em 2021, manter a sequência do trabalho de formação e fazer da transição das gerações um processo mais vitorioso.

Inter chega com elenco renovado para o Brasileirão. Foto: Divulgação/ Internacional

O Colorado não conseguiu transformar o trabalho de revelação executado no clube em resultados. Nos dois últimos anos, a equipe foi eliminada na primeira fase do Brasileirão, amargando a penúltima posição do Grupo B em 2020, com apenas duas vitórias, um empate e seis derrotas.

Apesar disso, o histórico nas competições sub-17 é positivo. O Inter é o maior campeão da Copa Santiago, torneio no qual chegou a ser hexacampeão no início da década e venceu pela última vez em 2017. Na única edição do Brasileirão realizada pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF), em 2012, a equipe sagrou-se campeã.

Somam-se ao currículo colorado ainda dois títulos da Copa do Brasil na Era Federação de Futebol do Espírito Santo (FFES), em 20098 e 2009, o vice-campeonato de 2013, além de duas campanhas positivas recentes: as quartas de final da Taça BH de 2018 e da Copa do Brasil – já organizada pela CBF – em 2019.

Para 2021, a eficácia é uma palavra importante na transformação do trabalho em resultados. Ariel Lanzini, técnico do sub-17 colorado, falou com exclusividade ao DaBase.com.br e destacou que quer um time ofensivo, que dê sequência aos processos dentro do clube.

“Podemos esperar uma equipe competitiva, que vai em busca de um jogo ofensivo e que consiga ter eficácia em todos os momentos do jogo. Dentro disso, queremos dar sequência a revelar bons valores para o sub-20, dar sequência na formação dos atletas. O grupo é muito comprometido e os meninos estão trabalhando forte para uma evolução individual e coletiva”, disse.

Vinicius Tobias foi capitão da seleção brasileira sub-15. Foto: Reprodução/ Instagram

O treinador explica que alguns fatores atrapalharam a equipe no último ano. Entre eles, o processo de renovação da categoria e o pouco tempo de treinamento, provocado pela pandemia de COVID-19.

“Acredito que a renovação da geração 2003, a categoria passou por transformação durante o processo de base no clube, e quando chegaram ao sub-17, muitos não deram sequência à formação. Foi feita uma renovação e trouxemos outros atletas no final de primeiro ano e início do segundo ano de juvenil. Esses atletas demoraram a entender o nosso modelo, dos treinos, conteúdos individuais, que são diferentes de uma equipe para a outra. Isso demanda tempo, ainda mais para atletas em formação, que precisam de entendimento, treino individualizado, um processo sem atropelos. Colocamos atletas que vestiram a camisa do Inter pela primeira vez em um campeonato de nível elevado”.

“Outro ponto é que os atletas 2004 até tinham mais tempo de clube, mas a sustentação de primeiro ano de sub-17 demora mais, quem dá são os atletas de segundo ano. Tivemos essa dificuldade de alçar os 2004. E por último, o período de preparação, pela pandemia, ficamos muito tempo parados, retardamos ao máximo o retorno, pois estávamos preocupados com a saúde, não sabíamos o que poderia acontecer, na época o vírus era uma incógnita. Tivemos um período pequeno de preparação, duas semanas de trabalhos individualizados para evitar o contato e o contágio no clube”, acrescentou o treinador.

Apesar disso, o Inter seguiu revelando promessas para o futebol brasileiro. Os laterais Vinicius Tobias e Thauan Lara, frequentemente convocados para a Seleção Brasileira Sub-17, já integram o grupo sub-20. O primeiro, inclusive, foi campeão sul-americano sub-15 como capitão em 2019, já foi sondado por gigantes europeus e esteve entre os relacionados do último jogo do time profissional, diante do Juventude, pelo Gauchão.

Ariel Lanzini garante que os frutos da base colorada não param por aí. Ele comenta que existem outros jovens nascidos em 2004 e 2005 que têm passagens pelas seleções de base e que, com a transição das gerações iniciada ainda em 2020, será possível montar uma equipe forte para o Brasileirão, sem apressar os processos individuais de cada jovem.

“Tivemos alguns convocados, uns em processo de sub-15 e outros sub-17. A geração 2004, principalmente 2005, jogou pouco. Aproveitamos vários 2004 em 2020, mas até em relação aos outros clubes, muitos não treinaram ou jogaram pouco. Tentamos acelerar o processo dos 2005 para começar a trabalhar, mas vai ser um primeiro ano de juvenil com déficit alto devido à pandemia. Chegaram poucos atletas novos, é difícil captar, não abrimos avaliações. Os jogadores são contratados, avaliamos em dvd, muitas vezes de sub-14, são de 2005 e foram até o sub-14. Então esperamos dos atletas que já estavam no grupo, e os que chegaram estão recebendo conteúdo e precisamos de tempo, um ponto importante da base, ter a calma para que eles possam absorver isso e crescerem. É um processo fácil de queimar”, encerrou.

DESTAQUES

Samuel Bastos. Foto: Reprodução/ Instagram

Samuel Bastos

Volante alto e de qualidade, Samuel Bastos é um dos atletas que tiveram boa minutagem em seu primeiro ano na categoria sub-17. o jogador de 16 anos fez sete partidas no Brasileirão do ano passado – duas desde o início. Titular na conquista do Estadual Sub-15 em 2019 e autor de gol nas finais contra o São José, o jovem tem tudo para ser um dos líderes do meio-campo colorado em 2021.

 

Jhonatan Kauan. Foto: Fernando Jacondino/ Divulgação

Jhonatan Kauan

O meia Jhonatan Kauan foi um dos atletas nascidos em 2004 que mais atuaram pelo Colorado no Brasileirão de 2020. Em seu primeiro ano na categoria, o jogador fez oito partidas, sendo seis delas como titular. Além disso, ele foi decisivo, marcando gols em dois dos três duelos que o Inter não saiu derrotado na competição. Aos 16 anos, o jogador vai para o seu segundo ano na categoria como uma referência para o time sub-17.

 

Robert Taylor. Foto: Fernando Jacondino/ Divulgação

Robert Taylor

Outro jogador de meio-campo que chama a atenção no time sub-17 colorado é Robert Taylor. O jovem de 16 anos já defende a categoria desde 2019, quando também foi campeão gaúcho sub-15. Em 2020, ele fez seis partidas, sendo apenas uma como titular. Com passagens pelas seleções de base, o jovem deve ganhar mais espaço em 2021 e ser o homem criativo do Inter.

TÉCNICO

Ariel Lanzini. Foto: Divulgação/ Internacional

Ariel Lanzini

O técnico Ariel Lanzini vai para o seu segundo ano à frente da equipe sub-17 colorada. O profissional comandou, anteriormente, a categoria sub-15, conquistando a Copa Santiago (2017) e o bicampeonato gaúcho (2018 e 2019). Apesar dos resultados irregulares nos últimos anos, passaram por suas mãos várias promessas que defendem as seleções de base e as categorias superiores coloradas.

Auxiliar Técnico: Éder Moraes

Preparador Físico: Leonardo Fortino

Treinador de Goleiros: Aparecido de Sousa

ÚLTIMOS RESULTADOS

O Internacional tem um largo histórico de conquistas na categoria, apesar do desempenho irregular recente. Eliminado na primeira fase das duas últimas edições do Brasileirão, o clube venceu o torneio em 2012, quando foi organizado pela FGF. O clube também conquistou duas Copas do Brasil (2008 e 2009) na Era FFES. Mais recentemente, o Inter foi bicampeão gaúcho (2017 e 2018) e chegou às quartas de final da Taça BH de 2018 e da Copa do Brasil de 2019.

A CBF ainda não divulgou a tabela do Brasileirão Sub-17 de 2021. O torneio está previsto para o dia 23 de março.

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