A epopeia do futebol Haitiano no Brasil ganhou novo capítulo
Após disputar a última edição da Copa São Paulo de Futebol Junior, que ocorreu no mês de janeiro, a equipe Haitiana do “Pérolas Negras” ganhou mais uma chance no Brasil. Os jovens jogadores do país que foi devastado por acidentes naturais, vão disputar a segunda divisão do campeonato estadual sub-20 do Rio de Janeiro.
Após assinar uma parceira com o Audax Rio, a diretoria do clube que é mantido pela ONG ‘Viva Rio’ conseguiu os R$ 500 mil necessários para a inscrição da equipe no campeonato. O time vai se chamar “Audax Pérolas Negras” e vai contar com os jogadores Haitianos e também do clube-empresa carioca, que vai ceder além do nome, o espaço para os jovens treinarem.
A estreia no campeonato será no dia 12 de Março, diante do Barra Mansa, no estádio Leão do Sul. Para este jogo, o time só contará com 7 garotos haitianos, já que nem todos os jogadores foram regularizados. O que dificulta a regularização dos atletas é que a FIFA proíbe a transação de menos de 18 anos, mas como são jogadores amadores e vão disputar uma liga amadora, não deverão haver muitos problemas para finalizar a inscrição de todos.
Nesta quarta-feira (02), a ONG Viva Rio e o Audax organizaram uma coletiva de imprensa para confirmar a parceria e apresentar mais detalhes sobre o funcionamento dela, além da apresentação dos uniformes que os garotos vão usar durante a competição. “A parceria tem tudo para dar certo, agora é só trabalhar”, disse Gustavo Teixeira, vice-presidente e diretor executivo do Audax.
“Todos acompanham tragédia e pobreza no Haiti. Mostramos que o país não é só isso: temos um time bem estruturado, podemos competir e, por que não, ganhar”, diz Rafael Novaes, técnico do clube. Depois da Copinha, cinco atletas que integraram o elenco já foram sondados por grandes times.
O Itamaraty também está colaborando para a formação da equipe, concebendo visto permanente de imigrante a todos os garotos acima de 18 anos. “Os atletas têm esse visto de imigrante permanente, um tipo de visto que o Brasil criou para o Haiti, que dá a eles todos os direitos dos brasileiros” disse Mario Teixeira, presidente do clube haitiano.