Eduardo Barros avalia importância da equipe de aspirantes do Athletico

Nos últimos anos, o Athletico-PR se tornou referência no trabalho com jovens atletas que excedem a idade das categorias de base. O projeto do time de aspirantes do Furacão disputou – e venceu – torneios com equipes profissionais, o que finaliza um processo de excelência na formação de atletas.

Eduardo Barros avaliou importância da equipe sub-23. Foto: Fábio Wosniak/ Athletico

Nesse processo, vários nomes passaram dentro e fora das quatro linhas, mas sempre seguindo a metodologia do clube. Atualmente, o comando da categoria sub-23 está nas mãos de Eduardo Barros, que não só se destacou no trabalho com os aspirantes, mas também conquistou ótimos resultados à frente do time principal na reta final do Brasileirão do ano passado.

O atual Head Coach das categorias de base do Furacão analisou a importância da categoria para o sucesso do clube. “A equipe de aspirantes disputando o campeonato estadual é mais uma confirmação da visão a longo prazo do clube e a importância que o clube dá ao processo de formação. Jogamos muitas partidas com uma equipe com média de idade de time sub-20, o que desenvolve e amadurece muito os jogadores, numa realidade competitiva que os jogos da base dificilmente conseguem igualar (salvo às finais de grandes competições nacionais)”.

O trabalho de base no Athletico rende frutos em todos os campos. Nos últimos anos, o clube vendeu atletas formados em casa por grandes quantias, como o zagueiro Léo Pereira e  o lateral-esquerdo Renan Lodi, mas não antes deles levantarem taças. O Furacão conquistou títulos no profissional e na base nos últimos anos e, estes últimos, levaram a equipe à liderança do Ranking DaBase no estado. O Furacão é o atual campeão paranaense sub-17 e vem de boas campanhas nos torneios nacionais. Apesar disso, para Eduardo Barros, os resultados são consequência de toda uma estrutura de trabalho.

“Os diferenciais do Athletico são o poder de captação, foco no desenvolvimento integral dos jogadores, trabalho das comissões técnicas, qualidade individual dos atletas, visão de gestão do clube, processos interdisciplinares e ótimas condições estruturais que culminam em equipes e jogadores competitivos e com potencial a longo prazo”,  analisou.

Outro aspecto importante é a formação humana que, de acordo com o treinador, é fundamental. “O Brasil é um país continental e encontramos talentos nos mais variados lugares, projetos e clubes. Quando eles chegam às categorias de base, estão ávidos não só por um desenvolvimento esportivo, mas também, tendo consciência ou não, por um desenvolvimento humano, já que, normalmente, o contexto social dos nossos jovens não é nem um pouco favorável. Então, para além dos conteúdos sobre o jogo, que os profissionais da área tenham muito afinco e dedicação para estimularmos conteúdos sobre a vida”.

Com experiência na base e no profissional, Barros avalia as diferenças entre os trabalhos. “A diferença está no foco: a base deve estar voltada para o processo e o o profissional para os resultados. Isto não significa que uma negue a outra, nem que se contraponham. Com o foco no processo, por vezes, podemos prejudicar alguns resultados a curto prazo, usando jogadores que não estão maturados em competições, por exemplo. A exigência do futebol profissional não nos dá esse tempo, por isso, o foco no jogo do final de semana. O desafio é, seja na base ou no profissional conseguir direcionar o foco, sem abrir mão da outra via”.

Devido às indefinições causadas pela pandemia do novo coronavírus, Eduardo ainda não sabe qual será seu futuro no clube. Com a suspensão do Campeonato Paranaense, o qual o Athletico disputa com a equipe de aspirantes comandada pelo técnico, ele segue como integrante da comissão técnica do clube. Barros nega qualquer rótulo como técnico “de base” ou “de profissional”, explicando que a a carreira de treinador não é linear. Ele segue a rotina de trabalhos em casa com análises e espera um retorno diferente das férias “normais”.

“Existem vários processos que, com a rotina de treinos e jogos, ficam muito difíceis de serem cumpridos. Fazemos (comissão técnica) muitos debates e produzirmos materiais que podem aumentar a eficiência da gestão de futebol do clube, como documento de funções e responsabilidades, aperfeiçoar ferramentas de avaliação interna, brainstorming das diretrizes do projeto de futebol e atualização do documento orientador técnico-metodológico. Além disso, fiz também uma revisão crítica do trabalho com a equipe de aspirantes (análise de jogos, pontos positivos e negativos)”.

“Acredito que o retorno será diferente pois exigirá um tempo maior de readaptação já que, nas férias normais, mesmo que minimamente, muitos jovens e até jogadores profissionais participam de peladas e eventos festivos de futebol. Assim, o tempo de parada geralmente, não é superior a 30 dias. Agora, viveremos uma situação nova, de um período grande de ‘destreino’, que demandará maior tempo para que jogadores e equipes possam dar melhores respostas.”, concluiu.

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