Com fome de bola e Neymar como inspiração, Kaká transforma talento em oportunidades

O jovem Kaká é a prova viva de que o futebol pode abrir muitas portas, não só nos gramados, mas também na vida. Aos 13 anos, ele acumula bolsas de estudo graças ao seu talento e tem uma rotina de treinos que deixa muito atleta de clube grande com inveja.

Kaká se divide em várias escolinhas, treinos e jogos. Foto: Divulgação/ Stagran Libraef

Para chegar a esse nível, Kaká contou com o apoio da família, mais especialmente do pai. Morador da Vila Ré, Zona Leste de São Paulo, Eduardo Costa conta que, desde a infância, o filho só queria saber de bola. O pai do jovem falou com exclusividade ao DaBase.com.br.

“Eu era babão, louco para ver meu filho jogar bola. E ele já gostava muito, brincava no quintal, sempre quis brincar com bola, era uma paixão, não gostava de brinquedo nenhum. Esperamos só ele ter uma idade mínima para por na escolinha”, disse.

Outro diferencial na carreira de Kaká é sua inspiração em Neymar. O craque do PSG e da Seleção Brasileira, inclusive, foi fundamental na escolha pela posição do garoto da Zona Leste, que hoje atua como extremo.

“Ele joga na ponta-direita, como extremo. Também atua como lateral em ambos os lados. Antes, começamos como atacante, mas desistirmos por ser uma posição com muita concorrência. A escolha foi feita na época que Neymar começou no futebol”, destacou o pai.

O jovem também tenta pegar um pouco das características do ídolo para aplicá-las em campo. Treinador de Kaká no CT Neurosport, Rafael Prestes falou ao DaBase.com.br e contou que o atleta é muito técnico e tem ótimas relações com os companheiros fora de campo.

“O Kawhan Ferreira, atleta da categoria 2008, é disciplinado, se dedica muito aos treinos e sempre está disposto a evoluir. Sua principal característica é a técnica, ele executa muito bem passes e finalizações. E fora de campo demonstra ser um atleta bem educado e sempre promovendo boas amizades”.

Kaká, aos sete anos, quando defendia o São Caetano. Foto: Arquivo Pessoal

Rafael, no entanto, não é o único professor que conhece o talento de Kaká. A fome de bola que o garoto carrega desde a infância culminou em treinos e jogos por diversas escolinhas, além de oportunidades de estudo e novas experiências conquistadas através do talento.

O atacante já treinou nas escolinhas do Chute Inicial Corinthians (Aricanduva) e do Audax (hoje Cruzeiro). Atualmente, ele treina no CT Neurosport, na Escolinha Meninos da Vila Santos Unidade Vila Ré e no Colégio Dourado, além de jogar pelo Chuá Futsal e pelo Juventude Shalon.

Antes da pandemia, o garoto ainda havia fechado com a escolinha do Orlando City, onde ganhou uma bolsa. Eduardo relembrou a primeira bolsa conquistada, no Colégio Dourado, e mantida até hoje, e fala sobre a forte rotina de treinos do filho.

“O Kaká havia jogado várias vezes na quadra do Colégio Dourado, jogando contra eles. Então, abriu uma vaga para peneira lá, o professor conhecia ele, gostou da avaliação e deu uma bolsa. Jogaríamos vários campeonatos, mas veio a pandemia. Já é o segundo ano dele lá”, comentou.

“A rotina é puxada, às vezes coincide dos treinos caírem no mesmo dia e temos que escolher. No Neurosport, os treinos são em um CT, é muito disputado. Temos algumas viagens para campeonatos que foram adiados devido à pandemia. No Meninos da Vila e no Colégio os treinos são bem concorridos também. Já no Chuá, ele disputa mais jogos, assim como no Juventude. No Orlando City, os treinos são mais recentes, mas ele já disputou e foi vice-campeão da Libraef”, acrescentou.

 

Aguerrido e presente também nas passarelas

É difícil encontrar Kaká longe da bola, mas o garoto também gosta de desfilar seu talento em outras áreas. O jovem toca repinique na Escola de Samba Unidos de Vila Maria, além de gostar de jogos no celular e estar sempre presente na família.

Um dos primeiros treinadores de Kaká, César Ferreira percebeu as qualidades do garoto dentro e fora de campo desde o início. Ele conversou com o DaBase.com.br e contou que o atleta, acima de tudo, é aguerrido e muito humilde, sempre disposto a aprender.

“O Kaká chegou à escolinha no sub-9, e  desde os primeiros treinos ele se destacou pela vontade de aprimorar a parte técnica, se dedicar aos treinos. Isso ajudou bastante no dia a dia, no desenvolvimento. O que chama a atenção é que ele é aguerrido, tem vontade de ganhar, de acertar, se cobra muito. Isso facilita muito o nosso trabalho, todos os treinadores gostariam de ter alguém assim em mãos”.

“Ele sempre teve uma boa leitura de jogo, e foi desenvolvendo isso cada vez mais. Tem qualidade no um contra um, bate bem na bola e é de grupo, tem amizade com todo mundo, é fácil de lidar, não tem vaidade, presta bastante atenção e absorve tudo o que nós falamos”, completou.

A pandemia pode ter impedido o prosseguimento de algumas competições para o jovem, mas não tirou o seu ímpeto. O pai relata que Kaká seguiu treinando e aprimorando a parte física e técnica, sem descuidar da saúde.

“Nós estamos se cuidando, mas desde o início da pandemia nós não paramos de treinar. Quando os times que jogamos param, nós focamos na academia para manter o ritmo e fazemos treinos na parte de campos com treinos caseiros”, explicou.

Kaká soma títulos pelo CT Neurosport. Foto: Arquivo Pessoal

Um dia nervoso, Eduardo confessa que está mais consciente e, principalmente, grato e feliz por ver o talento do filho nas quadras e campos paulistanos. Ele não esconde a vontade de vê-lo como atleta, mas ressalta que é fundamental manter os pés no chão e ser um cidadão de caráter e humilde.

“A expectativa é formar um cidadão com caráter e um futuro atleta profissional. Temos que ter muita cautela para não deixar subir a cabeça e ter pés no chão e humildade para sempre saber chegar, sair e manter o foco”, ressaltou.

Por fim, Kaká resume o apoio familiar em seu objetivo na carreira e em suas inspirações para se tornar um atleta.

“Gosto de futebol porque é um esporte que disputo desde criança. Minhas inspirações são Neymar, Messi e Fagner e meu sonho é ser um atleta profissional para poder ajudar minha família”, concluiu.

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