Carlão assume observação técnica do Athletico no Norte e Nordeste e explica trabalho

O Athletico-PR tem um novo observador técnico para as regiões Norte e Nordeste. Trata-se de Carlos Antônio, o Carlão, de 54 anos. O profissional, que acumula passagens por Bahia Vitória, Palmeiras e Fortaleza, já iniciou seus trabalhos e explicou como pretende mapear os atletas em entrevista exclusiva ao DaBase.com.br.

Carlão quer fazer um “furacão” no Norte e Nordeste do país. Foto: Arquivo Pessoal

Carlão deixou o Fortaleza após cinco meses, devido a um desentendimento quanto à metodologia de trabalho.  Apesar da pandemia do novo coronavírus, ele chegou animado ao Furacão e seus trabalhos do observador já estão a todo vapor. Ele comentou que já faz reuniões com os dirigentes do clube e discute metodologias e direcionamentos do projeto.

“Iniciei o trabalho nesta semana. Participei dos planejamentos, conhecendo a metodologia do clube, reunido com Paulo André (diretor geral) e Marcos Biasotto (coordenador da base). Com a tecnologia que temos, mesmo com a pandemia, já posso trabalhar”, afirmou.

Carlão explicou como inciará as observações em um momento de pausa das atividades na base. “A maioria das escolinhas e times têm histórico dos atletas que se destacam. Então já começo a analisar, ver vídeos, montar meu banco de dados para quando as atividades voltarem, conseguir fazer a ‘prova final’ e passar”, detalhou.

No Athletico, clube que lidera o Ranking DaBase no Paraná e tem a terceiro melhor base do Sul, Carlão encontrou uma estrutura de alto nível. O observador destacou a importância que os cuidados com as condições dos atletas têm em seu desenvolvimento.

“Ótima estrutura, com campos de treinamento e boas condições oferecidas aos atletas. Quando se oferece conforto na fase de lapidação, frutos positivos são colhidos. O clube é organizado, há integração com o departamento profissional, as pessoas que estão no comando e os treinadores são qualificados. O clube observa atletas em todo o Brasil, é um trabalho de excelência, estamos pensando grande, queremos visibilidade internacional”, ressaltou.

Com 35 anos de experiência, Carlão viu o futebol de base passar por muitas mudanças. Para ele, a tecnologia disponível hoje é fundamental para facilitar e dinamizar os processos de observação.

“Sou de uma geração antiga, comecei nos anos 80. Naquela época não tinha tecnologia. Quando queríamos falar com um jogador, corríamos no orelhão, pegávamos fila para ligar para a família, às vezes a ligação caia (risos). Hoje temos informações de todas as formas”, relembrou.

“Hoje, o grande desafio é a concorrência. Vou dar um exemplo. Antigamente na Bahia, eram apenas Bahia e Vitória. Hoje, eles têm a concorrência do Athletico, Palmeiras, Inter, Cruzeiro… Mudou muito. Temos que estar antenados sobre tudo que acontece em todos os lugares. Observação técnica é fundamental para todos os clubes. Quem não tiver, não vai caminhar”, completou o observador.

Carlão passou por diversas funções no Vitória. Foto: Divulgação/ EC Vitória

Trajetória

Graduado em Educação Física e Pós-Graduado em Gestão de Pessoas, Carlão começou a carreeira no Bahia após trabalhos como técnico no futebol amador. Depois de um estágio, se tornou preparador físico do time sub-17 e também foi treinador do sub-15, onde colaborou com a formação de nomes como Charles, Marcelo Ramos, Jean e outros.

No início dos anos 90, ele se transferiu para o Vitória ao lado de uma das suas referências, Newton Mota, Mais uma vez na equipe sub-15 pôde participar da formação de grandes nomes, como Fábio Costa, Eliomar, Fernando e outros. Em 1997, Carlos trocou os gramados pela observação técnica.

Ao retornar ao Bahia no início dos anos 200, desta vez como superintendente da base, ele se juntou a uma comissão qualificada, composta por Carlos Amadeu, Marcelo Chamusca e Bobô na reestruturação do clube. Passaram pela sua aprovação atletas como Daniel Alves, Ávine, Cícero, Bruno César e muitos outros. Depois de um tricampeonato baiano sub-20 entre 2003 e 2005, Carlão novamente trocou de lado em Salvador, mas sem deixar as conquistas para trás.

No Vitória, ele ajudou a quebrar a hegemonia tricolor no estadual sub-20 de 2006, além de revelar nomes como David Luiz,Marcelo Moreno, Marquinhos e Anderson Martins. Ao lado de João Paulo Sampaio e Wesley Carvalho, hoje no Palmeiras, Carlos também levantou as Copas do Brasil sub-15 (2010), sub-20 (2012) e sub-17 (2015).

Ele ainda teve uma passagem como observador do Palmeias nas regiões Norte e Nordeste e voltou ao Rubro Negro Baiano antes de chegar ao Fortaleza, seu último trabalho. Agora no Furacão, Carlão quer “invadir o Sertão” em busca de talentos para o clube.

“Vamos fazer um ‘furacão’, levantar a poeira no Norte e no Nordeste, ‘invadir’ o Sertão, a Chapada, Tocantins, Pará, Maranhão… Estou a disposição de atacar as regiões, mapear jogadores e descobrir talentos!”, finalizou o observador.

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