Loading...

Caio Cezar lança e-book e se prepara para desafio no exterior

A formação acadêmica é um processo fundamental na carreira de um preparador físico, que precisa se atentar às transformações da profissão. Para Caio Cezar, não basta estudar: é preciso compartilhar os conhecimentos. O preparador e então técnico do sub-17 do Confiança está prestes a lançar – previsão máxima de duas semanas – um e-book sobre a importância do treino na definição do modelo de jogo.

Caio Cezar trabalhou por duas temporadas no Confiança. Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista exclusiva ao DaBase.com.br, ele explicou os argumentos apresentados.

“Aponto que no futebol não existe certo e errado. Acredito que o profissional, para formar seu método de trabalho ideal, deve elencar todo seu conhecimento prático e teórico com o perfil do grupo que tem , com a estrutura e cultura do clube. Eu apresento meu pensamento sobre o que deve ser feito nos treinos para melhorar a performance técnica, tática e física da equipe”, explicou.

Para ele, o estudo é fundamental, já que em todos os lugares do mundo a formação do treinador é obrigatória. Com Licença B completa e em formação na A da CBF, Caio também diz que a área sofre muitas mudanças com o passar dos anos. “A tecnologia e a ciência avançaram muito, facilitando assim nosso trabalho e melhorando o desempenho dos atletas”, afirmou.

Com experiência no profissional e nas categorias de base, o preparador detalhou as diferenças entre as categorias. “A preocupação maior na base deve ser a formação física e cognitiva, respeitando as fases de desenvolvimento e maturação de cada jovem. As principais diferenças são a experiência e o tempo de vivência no esporte, os aspectos físicos , técnicos , táticos e psicológico mais preparados e desenvolvidos no time principal”., comentou

Hoje, o trabalho de preparação física na base, de acordo com Caio, foca no  preventivo, jogos reduzidos e treinos de força/potência e velocidade. Com a pandemia e a interrupção das atividades, ele acredita que a volta será difícil e a inatividade pode gerar perda no desenvolvimento físico dos jovens.

“É uma situação muito difícil, pois a inatividade vai atrapalhar principalmente o desenvolvimento motor e cognitivo daqueles que estão nas fases sensíveis. Nas categorias maiores, o ritmo de jogo e os ganhos de força, potência e velocidade também serão prejudicados”, lamentou.

Caio Cezar lançará livro nos próximos dias (Foto: Divulgação)

Trajetória

A relação de Caio Cezar com o futebol começou ainda na infância, quando observava seu pai jogando no futebol amador de Jequié, interior da Bahia. Ele chegou a seguir os passos do Seu Cezar, jogando na base e no futebol amador. Mas como gostava mais de assistir do que praticar, ele viu no banco de reservas uma oportunidade de entrar no meio.

“Entrei no curso de Educação Física pensando em ser treinador, mas como a função é de difícil inserção, o meio que achei para entrar no futebol foi como preparador físico. Trabalhei como estagiário em 2010 no clube da cidade, o Jequié, também atuei no futsal, dando aulas em escolas”, contou.

O preparador se formou e partiu rumo a Aracaju, onde trabalhou no profissional do Aracaju em 2015 e no sub-20 do CS Sergipe. Depois de uma nova passagem pelo Jequié em 2018, Caio Cezar chegou ao Confiança, onde assumiu a preparação física do time sub-20.

Foi no Trovão Azul que, em 2019, Caio conquistou seu título mais marcante. O bicampeonato sergipano sub-20 de 2019 veio de forma invicta, com o melhor ataque, melhor defesa e, para sua consagração, nenhuma lesão muscular. Em 2020, ele assumiria a equipe sub-17 como treinador principal, mas a pausa das atividades impossibilitou a oportunidade.

No entanto, Caio recebeu um novo convite neste ano. Ele aceitou uma proposta e está próximo de acertar com o Al kholood, da segunda divisão da Arábia Saudita, onde atuará como preparador físico e auxiliar técnico. Empolgado com a mudança, ele diz que o foco é se adaptar à cultura e ao clube e colaborar no desenvolvimento dos atletas.

“O objetivo principal é ajudar a equipe implementando meu método de trabalho, respeitando sempre a cultura local e os aspectos físicos, táticos, técnicos e psicólogo dos atletas para conquistar nossos objetivos .Estou tão focado no trabalho que pensei pouco ainda sobre as diferenças da cultura e minha adaptação, sei que vai ser difícil, toda mudança é difícil, longe da família, dos amigos. Porém a vontade de crescer na profissão e realizar um sonho deu forças para superar qualquer dificuldade”, disse.

Caio não deixa de valorizar a família, sua maior inspiração, além de nomes como  Telê Santana. Seu sonho, inclusive, é chegar perto de onde esses nomes chegaram. “Acredito que o Telê revolucionou o futebol brasileiro. Também gosto muito de Tite. Meu sonho é assumir uma grande equipe como treinador e chagar à seleção brasileira”, concluiu.

Deixe sua opinião

Jornalista apaixonado por qualquer espécie de futebol
Loading...