Analista de mercado do Coritiba detalha processo de captação do clube

Muitos processos são desenvolvidos para que um atleta entre em campo e atue em alto nível. Treinos, estudo e formação social são aspectos muito importantes na trajetória de um jovem jogador. Mas, para que ele tenha essa oportunidade, a captação é a base do trabalho.

Willians Alves analisou processo de captação do Coritiba. Foto: Divulgação/ Coritiba

Willains Alves é um dos analistas de mercado do Coritiba. Ele conta que os departamentos de análise de mercado e desempenho do clube foram unificados, facilitando o trabalho em conjunto. “Hoje nós temos a coordenação do setor que fica a cargo do Professor Denis Iwamura, que faz parte da comissão da equipe profissional. Dentro das diretrizes estabelecidas pelo clube, as demandas são divididas em Análise de Desempenho Profissional e Base, Análise de Mercado – Profissional, e Departamento de Captação – Base”, explicou.

Com experiência de campo na base, Willians observa atletas em outras equipes, projetos sociais, escolas de futebol e ONGs, além de auxiliar no profissional. Para ele, o trabalho de captação em um país de extensão continental como o Brasil é muito mais difícil do que pensam, já que existem diversos fatores que influenciam no desempenho dos jovens.

“Operacionalizar todo esse processo (de captação) demanda um planejamento e um direcionamento das ações bem coeso. Onde ir, em qual região iremos dar um maior enfoque, analisando e traçando um paralelo dentro do nosso perfil mercadológico e também do perfil de atleta que o clube almeja captar”, relatou o analista.

Mas como achar atletas que se encaixarão no clube? Willians explica que o Coritiba busca jovens de acordo com um determinado perfil. “No geral, o que eu posso dizer é que não excluímos nenhum perfil e muito menos região do país, pois o “talento” pode ser encontrado em qualquer localidade. Mas alguns pontos importantes que levamos em conta são, a inteligência de jogo, as interações com os companheiros de equipe, a condição técnica (o que se destaca, o que seria necessário aprimorar) e a capacidade de resolução de problemas que o jogo impõe”, detalhou.

O analista comenta que com as mudanças do futebol, é natural que também haja uma alteração no perfil de jogador brasileiro. Ele exemplifica uma situação social, dizendo que uma criança hoje não joga mais futebol de rua como antes, o que obrigou o Brasil a adaptar seu modelo de jogo. E essa questão social é um dos pontos fundamentais na formação não só do atleta, mas também do cidadão.

“O Coritiba tem uma preocupação gigantesca em todos os âmbitos. A equipe multidisciplinar está sempre atenta para traçar a melhor estratégia para cada atleta. Ao chegar ao clube, é feita uma análise completa. Traçamos o perfil de cada um, suas virtudes, onde ele tem mais dificuldade de assimilação, para assim minimizarmos os problemas de adaptação. Esses profissionais que geralmente estão nos bastidores, como psicólogos, nutricionistas, pedagogas e assistentes sociais são fundamentais para que os meninos possam se desenvolver por completo. O trabalho vai muito além das quatro linhas”, ressaltou Alves.

Willians acumula experiências dentro e fora do campo. Ex-jogador, ele se formou em Educação Física e hoje cursa Pós-Graduação em Futebol. Chegou ao Coritiba em 2015, após passar por algumas escolinhas no Paraná. Com passagens por cargos de auxiliar técnico, coordenador e observador, ele elogia a estrutura oferecida aos atletas de base, um dos motivos pelo qual o Coxa é o segundo melhor time do Paraná no Ranking DaBase.

“É um clube que proporciona total condição de trabalho e ótimas instalações, além de todas as questões organizacionais e estruturais. As relações interpessoais se destacam, o clima de trabalho é muito bom, um ambiente familiar, um clube que se importa e valoriza seu passado para criar seu futuro”, finalizou.

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