Coordenador de captação da base do Inter explica desafios da profissão e detalha planos do Colorado

Felipe Gil está no Internacional há dois anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Felipe Gil está no Internacional há dois anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Conhecido como Celeiro de Ases pela permanente revelação de talentos ao futebol mundial, o Internacional-RS tem Felipe Gil, 33 anos, como coordenador de captação. Ele comanda uma equipe com vários observadores espalhados pelo Brasil e, cada vez mais, os resultados desse trabalho aparecem em forma de atletas no time principal do Colorado. Nos últimos anos, surgiram com destaque no profissional jogadores como Rodrigo Dourado (volante), Willian (lateral direito); Alisson Becker (goleiro), Sasha e Valdívia (atacantes), entre outros.

Para entender melhor sobre a metodologia, filosofia e metas para o futuro do clube, o DaBase conversou, com exclusividade, com Felipe Gil. Confira:

DaBase: Qual o principal desafio de um observador técnico?

Felipe Gil: Se manter concentrado, atualizado no mercado e ter um filling para prospectar os atletas.

DaBase: O que diferencia um observador de um coordenador de captação?

Felipe Gil: A principal diferença é manter o controle e a organização do setor, a autonomia em determinadas situações, a escolha das competições à serem observadas e gerir e administrar os observadores internos e externos.

DaBase: O que acha que o Inter tem de especial nesse setor em relação aos outros grandes clubes do país?

FG: A estrutura de trabalho, estar presente, com observadores, nas principais regiões do país e a qualidade dos profissionais que trabalham no setor.

DaBase: Quais seus grandes sonhos no futebol? Onde pretende chegar?

FG: Creio que estou fazendo uma carreira dentro do futebol com uma sequência e ascensão muito boa. Tento viver uma situação de cada vez e me dedicar o máximo possível para o clube que trabalho. Meu objetivo é ser Gerente de Futebol de uma agremiação de base e profissional.

DaBase: Observador também tem ídolo? Qual o seu?

Tonho Gil, pai de Felipe, se destacou pelo Grêmio e pelo Inter (Foto: Arquivo pessoal)
Tonho Gil, pai de Felipe, se destacou pelo Grêmio e pelo Inter (Foto: Arquivo pessoal)

FG: Tem sim. Meu pai, Tonho Gil. Foi atleta profissional, jogou no Grêmio, no Inter, Seleção Olímpica em 84, foi campeão do mundo e da libertadores, com o Grêmio, em 83, e Brasileiro, em 79, pelo Inter. Além de ter um ótimo currículo como atleta é uma pessoa e um profissional excelente, que aprendi muita coisa profissionalmente.

DaBase: Hoje em dia, muito se fala em “filosofia do clube”. Qual é a filosofia do Inter?

FG: Nossa filosofia é tentarmos ter sempre os atletas que tem uma ótima relação com a bola, ou seja, que sejam atletas com qualidade técnica e que tenham um bom índice cognitivo. Esta é nossa premissa na busca de atletas.

DaBase: Quem o torcedor colorado pode esperar como revelação da casa nos próximos meses/anos?

FG: O SC Internacional é denominado o Celeiro de Ases, devido ao grande índice de atletas da base que chegam no profissional e dão o retorno esperado à torcida e à direção. Com isso, o torcedor pode ter certeza de que o trabalho não para, e que, com certeza, em breve, terão mais atletas da base no profissional.

DaBase: O Inter tem feito um trabalho grande de captação em várias regiões do Brasil. Explica como tem sido e o objetivo desse trabalho.

FG: Estamos com observadores em Salvador/BA, São Paulo/SP, São José do Rio Preto/SP, Goiânia/GO, Joinville/SC, Rio de Janeiro/RJ e mais três observadores internos (dois que captam no estado do Rio Grande do Sul e um que observa todos os atletas em avaliação dentro do Centro de Treinamento). Nosso objetivo é poder monitorar, captar e criar um bom banco de dados do país.

Felipe Gil comanda um time de observadores técnicos (Foto: Arquivo pessoal)
Felipe Gil comanda um time de observadores técnicos (Foto: Divulgação/Inter)

DaBase: Como profissional do futebol, qual diagnóstico que você dá do futebol brasileiro?

FG: Creio que nosso futebol profissional está precisando de mais conceitos, e alguns clubes, estão dando oportunidades à treinadores da nova geração. Com isso, podemos estar fazendo com que nosso futebol evolua.

DaBase: E do futebol de base do Brasil?

FG: A base, por não ser cobrado um resultado de campo imediato, os profissionais tem tempo para dar o que o atleta precisa, conhecimento, seja ele técnico, tático, comportamental, etc. E vejo que temos excelentes atletas e profissionais em todos os grande clubes.

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

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